Dada a loucura do momento, resolvi juntar aqui, um pouco do que tem acontecido nesses últimos dias e compor meus samba. Então, com a autorização do autor, através de contato com os céus, tive dele, autorização para usar, mudando para samba de uma branca doida. Não sei se todos têm conhecimento, mas o samba de Stanilaw, foi feito em protesto pela imposição dos samba enredos serem obrigatoriamente construídos sobre fatos históricos, o que dificultava sobremaneira a criação musical, além também, de ser um protesto contra a ditadura, que tentava impor figuras da nossa história de libertação, como política militarista.
Não nasci em Diamantina, mas em Tanabi, fundada pelo índio Joaquim Chico, remanescente da tribo Caiapós, mesmo que digam que era ele, mameluco. E no meu imaginário é assim que se revela: um índio! E se é filho de uma mulher indígena, então é índio, pois sangue de mãe não se contesta e pronto, além de ser mais romântico e poeta que se preze, tem licença poética para se expressar como achar mais interessante.
Tanabi, em tupi guarani, quer dizer Rio das borboletas, não as tubis, borboletas azuis, da Elma mas, das mais variadas cores. O lema tanabiense, é:” Semper fluit flumen papilionum”, “Sempre corre o rio das borboletas. Dos Jataí de Baixo e de Cima, do Tupi yata’ I. Assim como JK, teve e tem, ilustres filhos.
E nessa confusão diária, meu destrambelhado samba passeia também, pelas crônicas do Marival, do Lelé Arantes, do doutor Sérgio Clementino, impacta na vadiagem de moto do mussolini tropical, nas mortes diárias pelo covid e ignoradas pelo abestado, na violência contra mulheres, crianças e negros, nos meninos do tráfico do doutor Pelarin, na economia do país naufragando, nas regras sanitárias sendo descumpridas por grande parte das pessoas a exemplo do cavaleiro do apocalipse, na superlotação no transporte coletivo, na Câmara Municipal que a cada eleição se revela ainda mais atrasada, preconceituosa e que não cumpre seu papel fiscalizador do executivo.
E nesta manhã de domingo que “não chove nem molha”, mas que teve tempestade tropical com as manifestações pelas ruas do país afora, luta pela vida e pela comida que falta no prato de muitos brasileiros neste mundão de Brasil, com os mascarados democratas impondo-se aos des-mascarados autoritários que perderam o monopólio das ruas em suas campanhas difamatórias contra as vacinas, a vida e o fim da pandemia.
E como nos gibis, deliciosas histórias em quadrinhos, os heróis são sempre mascarados, aqueles que lutam para que a justiça prevaleça sobre a tirania contra o povo, nossos mascarados ganharam as ruas. Não foi a noite, mas sim, o dia dos mascarados, marca emblemática na luta pela vida!!
Merli Diniz
Poeta, cronista, professora e advogada especialista em Direito do Consumidor
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