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A República Italiana pelas lentes do Cinema
O cinema como um meio de reflexão e debate das questões sociais e políticas italianas.
O dia 2 junho é uma das mais importantes datas cívicas da Itália. Neste dia, os italianos celebram a Instituição da República, que se deu por meio de um referendo em 1946. A data marcou também a primeira eleição do país com a participação das mulheres.
Ao longo de quase 80 anos, a República Italiana manteve-se democrática e enfrentou crises e conturbados momentos.
Desde o inicio do século, mas principalmente a partir do surgimento da geração de cineastas que fundou o chamado Neorrealismo, o cinema foi um meio de reflexão e debate das questões sociais e politicas italianas.
A Rádio Brasitalia apresenta um programa especial em que lista 4 obras audiovisuais que ajudam a conhecer e refletir sobre a trajetória, desafios e crises da República Italiana.
Clique abaixo para ouvir o Especial da Rádio Brasitalia:
"Uma Vida Difícil" (Una vita difficile), Dino Risi (1961)
“Uma Vida Difícil” (Una vita difficile), dirigido por Dino Risi em 1961, é uma comédia dramática que aborda duas décadas cruciais na história da Itália. O filme segue Silvio Magnozzi, interpretado por Alberto Sordi, desde sua participação na resistência ao nazi-fascismo até os anos 60. O roteiro explora o referendo de 1946, as primeiras eleições e a polarização política. Na parte final, o destino de Silvio reflete o desencanto político de uma geração que trocou ideais por estabilidade financeira.
Nós que nos amávamos tanto ("C'eravamo tanto amati" ) Ettore Scola (1974)
“C’eravamo tanto amati” (*Nós que nos amávamos tanto* em português) de 1974, dirigido por Ettore Scola. Essa notável comédia à italiana acompanha três partigiani unidos por uma forte amizade durante a Segunda Guerra Mundial. Após o conflito, eles retornam às suas vidas cotidianas, mas a realidade testa sua camaradagem. O filme aborda temas políticos, como o ideal da Resistência, a luta contra o fascismo e a desilusão no pós-guerra. O elenco principal é estelar, incluindo Nino Manfredi, Vittorio Gassman e Stefania Sandrelli. A direção sensível de Scola habilmente mistura comédia e drama. O filme se encerra nos anos 70, quando os eventos dos chamados “anos de chumbo” passam a dominar a cena política italiana.
Os Anos mais Lindos (Gli Anni Piu belli) Gabriele Muccino (2020)
A trama, uma releitura afetiva do clássico de Ettore Scola citado anteriormente, acompanha a vida de quatro amigos ao longo de aproximadamente quarenta anos, desde 1982 até o período de realização do filme . Durante esse tempo, o cenário político italiano passa por mudanças significativas, incluindo a crise da operação Mãos Limpas, os anos Berlusconi, a ascensão de políticos populistas e eventos como o 11 de setembro de 2001 e o advento da Internet e das Redes Sociais. O filme oferece um panorama emocionante de uma geração que amadureceu em um mundo em constante transformação.
O Divo (Il Divo) Paolo Sorrentino (2008)
O filme é um drama biográfico baseado na vida do ex-primeiro-ministro italiano Giulio Andreotti. A trama se concentra no período entre 1991 e 1993, abrangendo a apresentação de seu sétimo governo e o início do processo criminal por suas supostas ligações com a máfia. Sorrentino retrata Andreotti de forma complexa e sombria, explorando os intrincados jogos políticos e as controvérsias que cercam essa figura central da política italiana.
O clássico "Nós que nos amávamos tanto" ("C'eravamo tanto amati" ) está disponível na Rede:
É possível assistir com legendas traduzidas automaticamente clicando no ícone e seguindo as instruções.
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